sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Concerto para Violino dos Amantes Borboleta

O Concerto para Violino dos Amantes Borboleta (Butterfly Lovers' Violin Concerto) é uma das mais famosas obras da música chinesa, sendo certamente a mais famosa fora da China. É uma adaptação orquestral de uma famosa lenda antiga, os Amantes Borboleta (mais ou menos equivalente ao nosso Romeu e Julieta ocidental). É escrita para orquestra ocidental, e expõe no solo um violino, tocado com técnicas chinesas.

Os compositores chineses geralmente escrevem em um sistema tonal diferente do utilizado na música clássica ocidental, com isso, essa música pode parecer meio desafinada para ouvidos ocidentais. O concerto para violino dos Amantes Borboleta é escrito no tradicional sistema tonal ocidental, mas se utiliza de muitas melodias, estrutura de acordes e padrões chineses. Isto o torna mais acessível de que outras obras chinesas, como o também famoso Concerto para Piano Rio Amarelo.

O Concerto para Violino dos Amantes Borboleta foi escrito em 1959 por dois chineses, Cheg Gang (1935-) e He Zhanhao (1933-), durante seus estudos no Conservatório de Xangai. A música não obteve popularidade até o final dos anos 70, quando a China afrouxou suas restrições oriundas da Revolução Cultural. Então liberada da censura, a obra se tronou um símbolo da China em transição. A obra é comum em patinação artística e em salas de concerto ao redor do mundo. Atualmente, esse concerto também é apresentado com instrumentos chineses tocando o solo de violino, tais como Erhu, Pipa e Liuqin. Em alguns casos, o solista é acompanhado por uma orquestra composta de instrumentos chineses.

Em sua estreia, o Concerto para Violino dos Amantes Borboleta foi executado por Yu Lina, então com 18 anos, em Xangai, como parte da celebração do 10º aniversário da fundação da República Popular da China.

O concerto se dá em apenas um movimento, mas é dividido em seções distintas. Cada uma conta uma parte diferente da história dos Amantes Borboleta. Algumas das melodias vem da ópera chinesa com o mesmo nome, ou de músicas tradicionais chinesas. O solista do concerto representa Zhu Yingtai, a protagonista da história, e as partes dos cellos representam Liang Shanbo, seu amado.



O concerto começa com uma flauta, e introduz uma melodia simples tocada pelo solista. A melodia é de uma canção tradicional do rio Amarelo, e conta a história da infância de Zhu Yingtai. O solista é acompanhado pela harpa e pelas madeiras e depois pelas cordas. A melodia contagia todo o naipe das cordas, que troca acordes com as madeiras.

A seguir, o concerto narra o disfarce de Zhu Yingtai. Ela era uma jovem bela e inteligente, nona filha e única mulher de uma família rica de Shangyu, Zhejiang. Segundo as tradições da época, mulheres eram desencorajadas a ir para a escola, e Zhu consegue de seu pai a permissão para se disfarçar como homem para assistir aulas. Ela então segue viagem rumo a Hangzhou para estudar. O violino solo toca uma melodia rápida e complexa oscilando com a orquestra.

Ao chegar, ela conhece um aluno, Liang Shangbo. Os dois passam três anos juntos como bons amigos. Zhu então se apaixona por Liang, mas não pode expressar seus sentimentos sem revelar sua real identidade de mulher.

Zhu recebe uma carta de seu pai que a manda retornar para casa o mais rápido possível. Ela arruma suas coisas e se despede de Liang. Ela parte, mas Liang a acompanha por 27km para se despedir de fato. No caminho, Zhu faz insinuações a Liang que sugerem que ela é uma mulher. Por exemplo, ela os compara a uma par de patos mandarins (símbolo de amantes na cultura chinesa), mas ele acaba não compreendendo e nem suspeita que seu grande amigo é uma mulher disfarçada. Zhu finalmente tem uma ideia: sugere a Liang que ela arrumaria um casamento para ele e sua "irmã". Antes de se despedirem, Zhu pede a Liang para visitar seu lar mais tarde para então se casar com sua "irmã".

Meses mais tarde, Liang vai visitar a casa de Zhu, e descobre que ela é uma mulher. Eles se apaixonam perdidamente e fazem votos "até que a morte nos separem". O violino solo e os cellos tocam um dueto apaixonado na que é parte mais famosa e significativa da obra. (por volta dos 9, 10 minutos do primeiro vídeo)



A alegria do encontro é rápida, e o dueto apaixonado é substituído pela raiva de Liang (0:30 do segundo vídeo), ao saber que os pais de Zhu já tinham arranjado um casamento para ela com um homem de familia rica chamado Ma Wencai. As duas partes que faziam o dueto agora contrastam com o resto da orquestra. Muitas melodias são usadas nessa parte.

Aos 4:30 do segundo vídeo, há novamente um dueto entre o solista e o cello, representando uma significativa passagem da história: Zhu e Liang se encontram em uma torre e há uma conversa que sacramenta o destino lastimável dos dois personagens. o dueto dura até 6:25, e é, sem dúvida, o ápice de emoção e lirismo de todo o concerto.

Liang se entristece muito e sua saúde se deteriora gradualmente até que ele fique gravemente doente. Liang morre, e a orquestra relembra as melodias do dueto amoroso. Zhu e a orquestra continuam tocando partes contrastantes.

A seção termina com o suicídio de Zhu Yingtai, representado com o solista tocando uma nota agudíssima (9:45), seguido do gongo e dos pratos. Na história, a procissão de casamento de Zhu é forçada por um redemoinho a passar pelo local do túmulo de Liang. Ela vai prestar homenagens, se desespera e implora para que o sepulcro se abra. Subitamente, ele se abre com um trovão. Sem hesitar, Zhu se lança no túmulo para se juntar a Liang. Então seus espíritos se transformam em um lindo par de borboletas que saem voando do sepulcro.



A seção final, o terceiro vídeo, narra a metamorfose, com destaque para a retomada das melodias iniciais da peça e pela características notas tocadas pela harpa aos 0:55. Eles então voam juntos em par e nunca mais se separarão.

Fonte: Artigos Buterfly Lovers e Butterfly Lovers' Violin Concerto da Wikipedia
(http://en.wikipedia.org/wiki/Butterfly_Lovers)
(http://en.wikipedia.org/wiki/Butterfly_Lovers'_Violin_Concerto)

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